por Lodônio de Poiri
Era uma tarde calma, porém insana;
e o prestigioso Velho Azul
Era uma das poucas pessoas no largo.
Epopeias periféricas,
imaculadas devoções,
assombrosas inquietações:
um prestigioso garante o seu valor.
Então, ele foi lá e disse:
Jamais direi
a culpa recai
na moqueca de Sururu com Jiló
Jamais direi
Naquela esquina
não estava eu
durante a vossa obsessiva
ocorrência trágica.
Naquela cadeira,
sentado eu bebia
lento aqueles goles:
E poderia perceber todos
os ciscos do universo -
Exceto os fatos daquela esquina.
Entenda, havia um poema.
Alguma dezena de versos
eclode mais toxinas n’alma
do que centenas de páginas
ou vidas mofas
entre úmidas ambições.
Entenda, havia um poema.
E eu vivo como quem
reconvida reconvida reconvida
a roda de capoeira
aos acordes do samba.
E o que posso afirmar é:
Não foi culpa da moqueca
de Sururu com Jiló
solta solta Sururu
liberta Jiló
Lodônio de Poiri é poeta e escritor. Um epicurista anarquista e vice-versa
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